quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quietinho


Eu guardo amor em risinhos.
Em frestas de azulejos.
Em gavetas de criado mudo
e escrivaninhas...

Eu guardo amor em frasquinhos.
Em caixinhas...
Guardo amor em vãos de porta.
Nos espacinhos do teclado.

Eu guardo amor em palavras escritas,
e algum amorzinho escapa em palavras ditas...
Eu guardo no vão dos dedos.
Em baixo das unhas...

Eu guardo amor em caixinhas de fosforo.
Em garrafas de cerveja...
Em piadinhas irónicas.
Eu guardo amor no piscar de olhos
Em relance, em rabo de olho...

Pouca gente vê.
Mais ele está lá.


Amanda Cellis

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